- formação de quadrilha
- instituição financeira irregular
- lavagem de dinheiro
- falsidade ideológica
Senso+Crítico
Fonte: Correio Braziliense
O Direito Administrativo é bem claro no que tange ao direito de poder-fazer do agente público (estando aí incluídos os agentes políticos, como é o caso dos parlamentares): a Constituição Federal, no caput de seu Art. 37, estabelece um dos seus mais importantes princípios constitucionais para o agente público, o Princípio da Legalidade. Este princípio é a base do Estado Democrático de Direito, e garante que todos os conflitos serão resolvidos através da lei (ele é encontrado, também, em outros inúmeros pontos da Carta Magna).
Porém, uma distinção deve ser feita neste princípio: para o direito privado, caso as relações sejam travadas por particulares, visando a seus próprios interesses, eles poderão fazer tudo aquilo que a lei não proibir; o princípio, neste caso, prestigia a autonomia da vontade (relação de não contradição com a lei).
Já para o direito público – tendo em vista o interesse da coletividade que representa, a Administração só pode fazer aquilo que a lei autoriza (relação de subordinação com a lei).
Então, por mais uma vez, estamos vendo a população ser enganada por estes nossos ilustríssimos parlamentares (ilustríssimos, sim, pois conseguem criar as justificativas mais mirabolantes, que faz até os mais doutos doutrinadores ficarem espantados com sua criatividade), em especial, em nosso momento atual, no caso do deputado "do castelo": eles conseguiram, através de uma confusão verborrágica, fazer a todos acreditarem - inclusive os mais esclarecidos - que, por não estar prevista na norma que regulamentava o processo de gastos do parlamentar a proibição na utilização da verba de gabinete com gastos em empresa do próprio parlamentar, então isto era lícito. Além de não ser lícito (tendo por base o Princípio da Legalidade na esfera pública), também é extremamente imoral.
Mas... Depois de ver o Lula abraçando e beijando o Sarney, vejo que tudo é possível nesta "terra de ninguém"!!!
Depois de longo tempo afastado, e até um pouco desanimando, resolvi reacender a caldeira!
Até mesmo, porquê, esta semana (13 a 17/07/09) está recheada de novos fatos, que não eu não podia deixar passar despercebidos. O primeiro deles é a aliança que Lula está precisando fechar com o PMDB, e tendo que, para isso, rasgar elogios à figura do ilustríssimo Sr. José Ribamar Sarney. O 'douto' presidente chegou ao ponto de dizer que Sarney foi de extrema importância para a história deste País (esquecendo-se de fatos obscuros que marcaram seu governo...) Que importância foi esta? Só se foi para a história das maracutaias, dos cambalachos, dos ganha-ganha!
Já estupefato com o que tinha ouvido, no dia seguinte vosso 'douto' dirigente vira e rasga elogios a Collor e Renan. Apesar de eu possuir uma visão um pouco diferente em relação ao acontecido no Governo Collor (e, consequentemente, em relação aos motivos que levaram a sua queda), acabo de concluir que o digníssimo Sr. Presidente da República realmente adota uma postura paradoxal em suas ações: em troca de sua "governabilidade", abandonou, de vez, todos seus antigos discursos inflamados e ideológicos, deixou de lado todos os "cumpanhêro" que sempre o apoiaram ao longo de toda sua longa trajetória, e abraçou aqueles que ele sempre mais criticou e perseguiu, principalmente enquanto parlamentar.
Se meu tio ainda estivesse entre nós, diria: "Ái, que saudade do Geisel!".